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Carro por assinatura: Volkswagen lança serviço e promete preço competitivo

Imagem: Pressmaster, de envatoelements
Imagem: Pressmaster, de envatoelements

O mercado de carro por assinatura está crescendo e uma das líderes da indústria, a Volkswagen, acaba de anunciar sua entrada no segmento. A montadora alemã começa a oferecer a partir desta quarta-feira, 04, o serviço de aluguel Sign&Drive, com a oferta dos SUVs T-Cross e Tiguan, mas a expectativa é ampliar o alcance para todo o portfólio da marca no futuro.

“Mesmo que hoje o serviço não tenha uma grande demanda, acreditamos que essa é uma tendência que vai se acelerar no Brasil. Lá fora, o modelo de negócio já é um fato. O consumidor vai escolher a forma como quer consumir carro”, afirmou Pablo Di Si, presidente da Volkswagen, em apresentação à imprensa.

Segundo o executivo, o objetivo do novo serviço não é fazer com que os consumidores migrem do modelo tradicional de compra do veículo para o sistema de assinatura. “Nosso foco é o cliente que quer um carro novo sempre, com um modelo que ele veja valor e a proposta de precificação é clara.”

A montadora começará a oferecer o serviço com dois SUVs. Um deles é o T-Cross, que vem ganhando espaço rapidamente desde o seu lançamento no ano passado. Em 2020, o modelo está entre os dez mais vendidos do país e chegou a ultrapassar o invicto Onix, da GM, em julho, tornando-se o líder do mercado naquele mês.

O outro SUV é o Tiguan, um dos modelos mais caros do portfólio da Volkswagen no Brasil.

Os pacotes incluem documentação (IPVA, licenciamento e emplacamento), seguro, manutenção preventiva e franquia de 1.800 quilômetros por mês. No caso do T-Cross, o valor da assinatura por 12 meses é a partir de 1.899 reais mensais. Para o Tiguan, a partir de 3.659 reais no plano de 24 meses.

Segundo especialistas, a principal diferença para o modelo tradicional de compra do veículo é o cliente não precisar desembolsar uma alta quantia para entrada no financiamento. A cultura da “posse”, tão discutida atualmente, também é um fator que será decisivo para o consumidor optar ou não pela assinatura do carro.

O cliente poderá realizar todos os passos para a assinatura do plano pela internet. Após a contratação, a retirada do veículo é feita na loja mais próxima indicada.

O público-alvo do serviço de assinatura são homens e mulheres entre 30 e 45 anos, que buscam carros na faixa de 100.000 a 220.000 reais, com uma boa oferta de tecnologia embarcada.

Atualmente, locadoras de veículos e seguradoras já oferecem carros por assinatura. Montadoras como a Audi e a rede de concessionárias de luxo grupo Osten também. Mas o presidente da Volkswagen afirma que o foco da marca é o consumidor final e descarta esforços para vender o serviço para motoristas de aplicativo, por exemplo.

Modelo de negócio
Diferentemente do padrão no mercado de serviços de assinatura de carros, ao final do contrato a Volkswagen não oferecerá vantagens para a aquisição do veículo pelo cliente.

Os carros que forem devolvidos serão vendidos dentro da rede de concessionárias da marca, que é parceira da montadora para a oferta do serviço, juntamente com o Banco Volkswagen.

“Essa é uma das nossas vantagens, a enorme capilaridade da Volkswagen, com quase 500 pontos de venda no país”, afirma Di Si.

Segundo a empresa, os carros entregues no modelo de aluguel por assinatura serão faturados como venda direta (ou corporativa) ao Banco Volkswagen.

Mercado
De acordo com Di Si, este será um ano muito difícil para a indústria automotiva, mesmo com a retomada registrada nos últimos meses. Ao mesmo tempo em que as montadoras estão ajustando estoques, varejo e locadoras reclamam da falta de modelos disponíveis para compra.

“Decidimos há alguns meses reduzir o estoque físico para preservar capital de giro. Com o câmbio atual, a pressão de custos é muito grande”, afirma o executivo.

Enquanto isso, a cadeia vem se reorganizando. “As montadoras estão escolhendo dar menos descontos”, afirma Di Si, o que inclui as locadoras, que relatam justamente a redução dos níveis de descontos. “De forma geral, vai levar um tempo para a cadeia produtiva se acomodar, mas isso é natural.”

Fonte: Exame.com, escrita por Juliana Estigarribia